Setembro Amarelo 2024 | Vulnerabilidades e gatilhos


Dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. Em sintonia com esse evento mundial, foi criada no Brasil, em 2015, a campanha Setembro Amarelo com objetivo de ampliar a conscientização acerca do tema.  

Para desmistificar e ampliar a prevenção do suicídio, ao longo de setembro vamos conversar muito sobre bem-estar e saúde mental.


Quando pensamos em suicídio é importante termos ciência de que não se trata de um fenômeno isolado, mas multidimensional – biológico (doenças físicas, síndromes), psicológico (doenças mentais, falta de recursos psíquicos), social (histórico familiar, abuso, violência, conflitos, influência de redes sociais), ambiental (desastres) – que se somam, e estando a pessoa num momento mais frágil ou vulnerável, o impacto se torna intenso demais para ela lidar da maneira como está acostumada em situações corriqueiras.

O que isto quer dizer? Que dificilmente alguém tem ideação (pensamentos) suicida ou atenta contra a própria vida sem motivo aparente. É um processo longo de sofrimento, que vai desgastando a pessoa, até o momento em que ela chega no limite e não enxerga mais opções. Neste ponto qualquer situação ou acontecimento pode se tornar gatilho. Quando falamos em gatilhos nos referimos a fatos que, isoladamente, talvez não tivessem a mesma repercussão na saúde física e mental do indivíduo.

Por exemplo: viver um período de estresse no trabalho não necessariamente desencadeará em quadro de burnout, mas se este período se prolonga, e a pessoa não consegue manter uma rotina saudável (com sono e alimentação adequados), não tem momentos de lazer, está com problemas financeiros ou na família, além de questões pessoais que o abalam, neste caso, a somatória de fatores poderá encaminhar para um quadro de burnout, que se agravado, poderá resultar em ideação suicida.

Da mesma maneira, a perda de uma pessoa amada, ou de algo muito importante, implicará num processo de luto previsível, pelo qual todos nós já passamos ou passaremos em algum momento da vida. Contudo, se este luto ocorrer ao mesmo tempo em que uma situação de desemprego, acompanhado de divórcio recente, junto com um quadro de dependência por álcool e/ou outras substâncias, o nível de sofrimento vivenciado pode ser tão intenso, que se torna insuportável para o indivíduo lidar com ele sozinho. E assim, pensamentos de morte ou o próprio ato podem ocorrer.

Gatilhos como bullying, burnout, luto, divórcio, dependências, ansiedade e depressão representam a gota d’água num copo que já está prestes a transbordar, e por se tratar de um fenômeno multidimensional não existe um único culpado.

A pessoa que sofre talvez não consiga perceber o risco, e por este motivo não busca ajuda.

A prevenção prevê que o tema do suicídio não seja encarado como tabu ou segredo, que sejam realizadas campanhas de conscientização de forma responsável, e que tema seja discutido abertamente, criando espaços para que as pessoas se sintam seguras para falar e pedir suporte.

Se precisar, peça ajuda!

O Insper, por intermédio do programa PulsAção, oferece o Hospital Digital Vitta, que conta com atendimento especializado em psiquiatria e psicologia.

Confira aqui todos os Canais de Escuta para colaboradores do Insper:

 

 


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