Dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. Em sintonia com esse evento mundial, foi criada no Brasil, em 2015, a campanha Setembro Amarelo com objetivo de ampliar a conscientização acerca do tema.
Para desmistificar e ampliar a prevenção do suicídio, ao longo de setembro vamos conversar muito sobre bem-estar e saúde mental.
Para abordar a prevenção do suicídio, é essencial compreender primeiro a saúde mental, que é um aspecto crucial para o bem-estar.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) saúde mental é “um estado de bem-estar mental que permite às pessoas lidar com os momentos estressantes da vida, desenvolver todas as suas habilidades, aprender e trabalhar bem e contribuir para a melhoria de sua comunidade”.
Uma boa saúde mental permite que a pessoa:
- Estude e trabalhe de forma produtiva
- Realize todo o seu potencial
- Lide com os desafios da vida
- Faça contribuições significativas
- Cuide de si e dos outros
- Faça escolhas melhores
- Mantenha boas relações sociais e vínculos
E por que é tão importante falar sobre isso?
Em um levantamento feito pela Organização mundial da Saúde em 2017, estimou-se que cerca de 700 milhões de pessoas sofrem de algum transtorno mental. O levantamento mostrou que o transtorno mental mais prevalente é a depressão, seguido da ansiedade, e que o Brasil é o líder mundial em quadros de ansiedade.
Problemas de saúde mental podem ocorrer com pessoas de todas as classes sociais, idades, raças e gênero. E situações adversas como desemprego, burnout, falta de recursos, bullying, separações, luto, solidão, doenças, dependências, entre outras, podem ser gatilho para o desenvolvimento dos transtornos mentais ou agravá-los.
Infelizmente ainda existe uma ideia de que as questões ligadas a saúde mental são frescura ou fraqueza, o que gera muito preconceito e estigma acerca desse tema. É comum que pessoas que sofrem com algum transtorno mental tenham receios como: “tenho medo do que os outros vão achar se descobrirem que vou no psiquiatra ou no psicólogo”, “no trabalho vão me achar incompetente?”, “vou ser visto como uma pessoa fraca”, “não vou conseguir um(a) parceiro(a)”. Essas ideias fazem com que muitas pessoas demorem para buscar ajuda, ou acabe nem buscando. Assim, muitos casos que poderiam ser facilmente contornados podem se tornar graves.
Com a pandemia, este tema ganhou bastante visibilidade. Ficou claro o quanto essas questões afetam nosso dia a dia, e a importância de conhecer aspectos que nos levam a ter uma boa saúde mental.
Primeiro é fundamental entender que saúde mental não depende de um único fator. Ela resulta da junção de fatores biológicos, psicológicos e sociais. Portanto, vai além da ausência de transtornos mentais. Nesse sentido, a prevenção e a educação de qualidade sobre o tema são fundamentais para diminuir o risco de adoecimento.
Algumas pequenas mudanças no estilo de vida e adoção de hábitos simples são aliadas para manter a saúde mental em dia. Alguns exemplos práticos:
- Praticar exercícios físicos regularmente;
- Dormir bem;
- Alimentar-se bem;
- Cultivar laços afetivos;
- Conversar sobre o que está sentindo;
- Arranjar tempo para si mesmo;
- Ter hobbies;
- Passear ao ar livre;
- Escrever sobre suas emoções, sobre as situações do dia a dia;
- Adotar técnicas de relaxamento;
- Não se cobrar muito;
- Permitir-se descansar;
- Diminuir o stress.
O adoecimento mental pode acometer qualquer um de nós. Por isso é de extrema importância saber reconhecer os sinais de alertas que podem indicar a necessidade de buscar ajuda profissional. Fique atento se perceber em você ou em alguém que conheça:
- Perda de interesse pelas atividades preferidas;
- Descuido com a aparência e cuidados pessoais;
- Piora no desempenho escolar ou profissional;
- Alterações no sono e no apetite;
- Dores de cabeça e de estômago constantes;
- Taquicardia;
- Sentimentos de inutilidade, fracasso e desesperança;
- Quando apresenta risco ou perigo a si mesmo e aos outros.
Também é importante observar:
- Intensidade dos sintomas;
- Duração;
- Impacto nas atividades diárias;
- Impacto vida social;
- Na tomada de decisões;
- Na capacidade de cuidar de si.
Psicólogos e psiquiatras são os profissionais mais indicados para avaliarem o caso e traçarem o plano de tratamento. Casos mais leves podem ser tratados com psicoterapia, mudanças nos hábitos e no estilo de vida. Já os mais graves requerem tratamento psiquiátrico medicamentoso em conjunto com o psicológico.
Sabemos que nem todos tem acesso a um plano de saúde ou atendimento particular, mas é possível, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), buscar a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) que está apta a oferecer, de forma integral e gratuita, todo tratamento, desde o diagnóstico até o tratamento medicamentoso. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), um dos serviços que compõem a RAPS, são os locais mais indicados.
Existem também faculdades de psicologia que possuem clínica-escola e costumam oferecer atendimento psicoterápico gratuito para a população. Não tenha medo de buscar ajuda. Quanto antes iniciar o tratamento melhor o prognóstico e maior qualidade de vida.
O Insper, por intermédio do programa PulsAção, oferece o Hospital Digital Vitta, que conta com atendimento especializado em psiquiatria e psicologia.
Confira aqui todos os Canais de Escuta para colaboradores do Insper:
FONTES:
https://posdigital.pucpr.br/blog/saude-mental
Organização Mundial de Saúde – OMS. Depression and other common mental disorders: global health estimates. Geneva: WHO; 2017. 2017 November 04. Available from: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/254610/1/WHO-MSDMER-2017.2-eng.pdf
https://www.sparkgestao.com.br/blog/o-brasil-e-o-pais com-maior–populacao–ansiosa-do-mundo
https://www.vitalk.com.br/blog/como-a-insonia-pode-estar-relacionada-a-sua-saude-mental/
https://www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br/depressao-ansiedade-e-estresse-aumentam-durante-a-pandemia/
https://news.un.org/pt/story/2020/03/1707792
Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DSM 5)
